Desde que descobri que tinha um corpo a formar-se dentro do meu corpo nunca mais os dias foram iguais. A vida tornou-se um bailado entrenecedor entre dois corpos aninhados numa simbiose de amor, um correpio de ansiedade exaltante, uma troca de energias que não consigo descrever em palavras.
A maternidade é mágica, já todos ouvimos dizer, mas a magia de dois corpos se multiplicarem num acto de amor vai além da nossa percepção e desafia a nossa inteligência, como aliás o faz qualquer magia.
Hoje, quando olho para ela, não sou capaz de imaginar nada melhor que pudesse estar a fazer naquele momento. Deixo-me perfurmar com o cheiro da sua pele, aqueço-me com o bater do seu coração, apaixono-me em cada gesto, cada sorriso, cada olhar, cada choro, num turbilhão de sentimentos que me devasta como uma tempestade tropical e me deixa em lama ... numa satisfação plena que nenhum outro sentimento ou circunstância seria capaz de proporcionar.
Estou colada a ela pelo adesivo da paixão, unidas por um sentimento incondicional, por uma lei inviolável, num acto de partilha e de entrega inquestionável.
A dependência do corpo dela pelo meu corpo é o meu prazer supremo. E quando penso que este amor é tão intenso que não pode agigantar-se mais, eis que nasce um novo dia de encanto e tudo o que me liga áquele corpo se engrandece e me aprisiona com as correntes de um amor rendido.
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