Por que razão nos sentimos sem rumo, ainda que nos sintamos felizes? Por que razão nos ditam como devemos ser, o que devemos sentir, de que forma devemos pensar? Por que razão tiramos do bolso frases feitas, piadas prévias, desejos antecipados?
Somos marionetas articuladas nas mãos tiranas de incompetentes. Vemos o nosso destino jogado como um dado que se projecta em cima de uma mesa de veludo verde. Sentimos a impotência de comandar a vida que escolhemos para nós: deixam-nos suspensos no ar em asfixia de consolo ou submersos por leis impostas pela insensatez.
Deixem-nos sair da concha, tirem-nos as vendas escuras, as mordaças da boca, libertem-nos o pensamento ... Só queremos ser nós, gritar a liberdade de se nascer sem se pertencer a nada nem a ninguém, cravar as unhas na vida que nos resta e vivê-la com a intensidade de correr nos ponteiros do relógio.
Alguém nos ouve? Há alguém por ai?
Desde que descobri que tinha um corpo a formar-se dentro do meu corpo nunca mais os dias foram iguais. A vida tornou-se um bailado entrenecedor entre dois corpos aninhados numa simbiose de amor, um correpio de ansiedade exaltante, uma troca de energias que não consigo descrever em palavras.
A maternidade é mágica, já todos ouvimos dizer, mas a magia de dois corpos se multiplicarem num acto de amor vai além da nossa percepção e desafia a nossa inteligência, como aliás o faz qualquer magia.
Hoje, quando olho para ela, não sou capaz de imaginar nada melhor que pudesse estar a fazer naquele momento. Deixo-me perfurmar com o cheiro da sua pele, aqueço-me com o bater do seu coração, apaixono-me em cada gesto, cada sorriso, cada olhar, cada choro, num turbilhão de sentimentos que me devasta como uma tempestade tropical e me deixa em lama ... numa satisfação plena que nenhum outro sentimento ou circunstância seria capaz de proporcionar.
Estou colada a ela pelo adesivo da paixão, unidas por um sentimento incondicional, por uma lei inviolável, num acto de partilha e de entrega inquestionável.
A dependência do corpo dela pelo meu corpo é o meu prazer supremo. E quando penso que este amor é tão intenso que não pode agigantar-se mais, eis que nasce um novo dia de encanto e tudo o que me liga áquele corpo se engrandece e me aprisiona com as correntes de um amor rendido.
Somos tecnopagãos ligados por redes eléctricas. A tecnologia dotou-se de poderes mágicos e transcendentais e sacralizou-se por ser opaca, invisível e oculta.
Antropomorfizaram-se os computadores e abriram-se novos espaços e dimensões no interior da realidade social: a tecnologia permite que gravemos as nossas vontades no mundo, de acordo com os desígnios da nossa imaginação.
A tecnologia digital adquire capacidade mental: o computador é a mais animada e inteligente das máquinas, a mais interactiva e, de longe, a menos "mecânica". Atribuímos-lhe qualidades mais psicológicas do que tecnológicas, vemos nele um objecto quase-humano-ligado-à-corrente, dotamo-lo de vida e falamos dele como se tivesse vontade própria e fosse capaz de afectos.
E, porque às vezes a máquina se zanga, continuarei a falar sobre este assunto num outro dia...
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